sexta-feira, 7 de maio de 2010

5 Grandes Mitos da Nutrição Esportiva

Como a nutrição esportiva é uma área que envolve a ciência do esporte, ela está sujeita a mitos e falsos juízos. Você provavelmente já ouviu todos eles, mas sabe o que é verdade?

Mito 1: O açúcar deve ser evitado antes dos treinos e das competições

O açúcar ingerido antes das competições aumenta os níveis de glicose e insulina no sangue, o que não é ruim. O açúcar é um tipo de carboidrato. Os carboidratos ingeridos antes do exercício, provenientes do açúcar ou de bebidas, podem melhorar a performance. Um praticante de atividade física que não está abastecido fica cansado e o seu desempenho fica aquém do seu melhor.

Mito 2: As bebidas esportivas são necessárias apenas durante os exercícios com duração superior a uma hora

As bebidas esportivas podem ser benéficas em atividades com menos de uma hora de duração, especialmente se o exercício é intenso ou acontece em climas quentes e úmidos. Os atletas profissionais não são os únicos a se beneficiarem das bebidas esportivas. Os praticante de atividade física que jogam futebol, tênis, hóquei ou basquete podem se beneficiar dos carboidratos e eletrólitos das bebidas esportivas. A ingestão de bebidas esportivas estimula os praticantes a beberem mais, o que é importante, uma vez que a desidratação pode ocorrer durante os exercícios que duram menos de uma hora. O uso das bebidas esportivas é uma maneira fácil de melhorar o desempenho e combater a desidratação.

Mito 3: As distorções da imagem corporal acontecem apenas com as mulheres

Os homens estão cada vez mais expostos a imagens de super homens - dos corpos dos lutadores profissionais às capas das revistas. Os homens estão mais e mais insatisfeitos com a aparência física. A distorção da imagem corporal é uma preocupação exagerada com defeitos imaginários ou insignificantes e é reconhecida como um distúrbio psicológico. Muitas pessoas podem não saber que ele ocorre tanto com homens quanto com mulheres.

Mito 4: As vitaminas e minerais fornecem energia extra aos praticantes de exercícios físicos

As vitaminas e minerais agem como fatores coadjuvantes para liberar a energia armazenada nos alimentos, mas elas não fornecem energia extra. Um programa de refeições rico em grãos, vegetais, frutas, carne e laticínios oferece energia para os praticantes de atividade. Estes alimentos também são veículos para as vitaminas e minerais que o corpo necessita para utilizar a energia. Os suplementos polivitamínicos e/ou poliminerais podem ser necessários para alguns atletas; por si só, eles não fornecem energia extra.

Mito 5: A proporção ideal de nutrientes é 40% de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de gorduras

Alguns programas alimentares recomendam que 40% da energia deve ser proveniente de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de gorduras. As dietas com estas proporções podem prejudicar o desempenho, pois são baixas em calorias e carboidratos. As pesquisas indicam que os melhores programas para os praticantes de atividades são os que oferecem aproximadamente 55% a 58% de energia vinda de carboidratos, 12% a 15% de proteínas e 25% a 30% de gorduras.

Combata os mitos da nutrição esportiva

- Seja cuidadoso com as informações fornecidas em sites comerciais se o objetivo da companhia for vender produtos e o produto não tiver a retaguarda de pesquisas.

- Procure informações de organizações respeitadas, como a American College of Sports Medicine (ASCM) e a American Dietetic Association (ADA).

- Convide um nutricionista esportivo para um workshop com a sua equipe, para a preparação de programas alimentares embasados na ciência da Nutrição.

Fonte:GSSI - Gatorade Sports Science Institute (www.gssi.com.br) 10/3/2010

Volta da creatina reacende polêmica

"Primeiro medicamento de marca com a substância chega às farmácias e Anvisa estuda autorizar a venda de suplemento alimentar à base do produto; medidas despertam preocupações de especialistas sobre riscos do consumo indiscriminado."



Fabiane Leite e Karina Toledo - O Estado de S.Paulo

O primeiro medicamento de marca à base de creatina liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária chegou às farmácias esta semana, reativando uma polêmica que está apenas começando. Isso porque, além de vendida como remédio que precisa de receita, a Anvisa poderá em breve autorizar a comercialização da substância na categoria de suplemento alimentar para atletas, sem exigência de prescrição.

A situação leva especialistas a alertar sobre os riscos do uso indiscriminado da substância. O composto, feito com uma substância natural presente na carne, funciona como transportador de energia para o corpo, mas não traz benefícios a pessoas saudáveis, com alimentação balanceada e que não pratiquem esportes de alto rendimento, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. Pelo contrário, a sobrecarga da substância pode trazer até riscos, como problemas renais e hepáticos. Outros especialistas e a indústria do setor discordam.
Vendida sem controle até 1988, a comercialização do produto como alimento para atletas é hoje proibida no Brasil, mas é facilmente encontrada no mercado negro. Segundo a Anvisa, não há estudos definitivos sobre os benefícios do produto nesses casos.

Há um ano, porém, a agência liberou um medicamento de marca para tratar uma doença que causa comprometimento muscular. Antes disso, como remédio, a droga estava disponível apenas em farmácias de manipulação. Os médicos, porém, têm liberdade para a prescrição do produto para outros usos. E a chegada da droga às farmácias comuns pode facilitar sua compra, pois a venda sem receita é regra no País.

Alvará. Em breve, a Anvisa deve decidir se permite ainda que suplementos para atletas tenham a substância, o que permitirá a venda do produto em qualquer estabelecimento com alvará sanitário, sem a exigência da receita. A única exigência seria a exibição de alertas no rótulo de que só devem ser consumidos por atletas. A tendência é Anvisa autorizar o uso, já que a ideia consta de sua própria proposta na consulta pública sobre o tema apresentada em 2008.

Segundo Jomar Souza, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, consenso da entidade do fim de 2009 apontou que a substância pode trazer benefícios a vegetarianos, pessoas com perda muscular pela idade ou doenças e em esportes que exigem potência e explosão, como corrida de 100 metros rasos e halterofilismo. O uso em outras modalidades que exigem resistência, , como futebol, não tem benefícios comprovados, afirma. "Os maiores riscos do uso indiscriminado são os problemas hepáticos e renais causados pela sobrecarga da substância", afirmou. "Porém, a expansão do uso no mercado legal pode ser melhor porque a creatina do mercado negro, muitas vezes, vem misturada com anabolizantes, piores para a saúde."

"O risco, pela literatura, é maior entre os que têm doenças renais na família", diz a nutricionista Lisia Kiehl, do curso de nutrição esportiva da Rede Desportiva de Ensino. O especialista em fisiologia humana Érico Caperuto defende a segurança da substância. "Nenhum estudo comprovou que é prejudicial. O único efeito colateral é o ganho de peso", diz Caperuto, indicado para falar pela indústria do setor.

O ortopedista Paulo Muzy, especializado em fisiologia do exercício, defende um uso até mais amplo, por quem não é esportista profissional. Como praticante de fisioculturismo, Muzy também toma o remédio. "Mas o consumo deve ser orientado por profissionais", alerta.


Fonte:O Estado de S. Paulo 21/4/2010