segunda-feira, 1 de março de 2010

Concepção do Corpo na Educação Física

"Esta é uma resenha academica, sobre a concepção do corpo na educação fisica. Foi tratada no conteúdo disciplinar Estudo dos Jogos, e achei interessante postá-la aqui. É importante para nós, profissionais da area sabermos como é visto o nosso objeto de trabalho, e para os atletas e esportistas, saberem como são avaliados."


O corpo vem sendo objeto de estudo há muitos anos, por estudiosos e profissionais de varias áreas. Existem inúmeras definições para o corpo, mas acreditamos que é interessante analisar o paradoxo: Descartes X Fenomenologia, onde o primeiro defende o conceito de que o corpo e a mente devem ser separados, de que o corpo deve ser visto de forma dicotomizado, ou seja, fragmentada, por partes. Mas qual o propósito de um corpo sem uma mente pensante? Será que existe um corpo que só executa a ação, e uma mente que só pensa? Se analisarmos alguns fatos decorrentes da nossa sociedade, perceberemos que essa definição de Descartes não se encaixa no mundo atual, e talvez, nem mesmo na época em que lhe foi concebida, por exemplo, um indivíduo que tem seus membros inferiores e/ou superiores amputados, ainda sente eles “formigando”, ainda sente dores, o que seria isso então? Já que de certa forma não mais existe um corpo ali? Os membros aqui entendidos como corpo, seria então um corpo intangível, onde este se interage e co-responde de forma involuntária e necessária com a mente, e está aí a definição corpo-mente da Fenomenologia, que retrata um corpo que não dissocia de uma mente. Na área da saúde, o conceito de corpo vem se aperfeiçoando e mudando a cada dia, antes o foco dos estudos era a doença, mas sabemos que a doença não faz parte do corpo, e assim, não pode ser tratada como parte dele, o corpo é apenas um ambiente que hospeda a doença temporariamente, por isso hoje, os olhares clínicos estão mais voltados para prevenções e não para tratamentos corretivos. Para o profissional de educação física, talvez seja mais complicado ainda definir um conceito certo sobre o corpo, uma vez que a própria sociedade impõe a nós um papel de “coordenadores de movimentos”, é nosso papel mostrar à sociedade, que o movimento feito sem a interação do sentir, pensar, refletir e agir é algo incompreensível e irrealizável, você não executa um movimento sem antes pensar em executá-lo, mesmo que involuntariamente. O corpo é o objeto de trabalho da educação física, mas o corpo e a mente são tratados em um consenso de unidade, logo, entendemos que é preciso além de conhecer parâmetros anatômicos do corpo e psicológicos da mente, devemos também analisar fatores socioculturais, religiosos, político-financeiro, porque são esses fatores que determinam o modo de sermos na sociedade, e o corpo em si, é exatamente isso, principalmente, o modo como ele age na sociedade, o modo de ser no mundo. 
Florentino, Danielle

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